Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves são influenciadoras digitais conhecidas por sua presença em redes sociais, como o TikTok e o Instagram. Elas ganharam certa notoriedade por compartilharem vídeos e conteúdos onde interagem com seu público e acumularam uma base significativa de seguidores. No entanto, recentemente, elas se envolveram em uma grande polêmica quando publicaram vídeos em que apareciam entregando uma banana, um macaco de pelúcia e até dinheiro para crianças negras nas ruas. Esses vídeos geraram uma reação negativa, uma vez que muitas pessoas consideraram a ação ofensiva e discriminatória.
A advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciou o caso, destacando que essa atitude configura o chamado “racismo recreativo”. Esse termo é utilizado quando alguém utiliza discriminação contra pessoas negras com o intuito de se divertir, o que é amplamente condenado.
A repercussão negativa desses vídeos levou à abertura de um inquérito pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) no Rio de Janeiro para investigar a conduta das influenciadoras. As autoridades estão analisando se houve prática de crime de racismo ou injúria racial, bem como a possível violação de leis relacionadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
É importante ressaltar que as ações das influenciadoras causaram indignação e repúdio de muitas pessoas, e o caso destaca a importância de promover uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e livre de preconceitos.
O vídeo publicado no Twitter mostra as atitudes absurdas das tiktokers:
Racismo não é entretenimento.
Racismo é crime!
Vamos de mutirão?
Vídeo completo na rede vizinha!Link para denúncia: https://t.co/bv1mRePeFB pic.twitter.com/8ZLjdaXyLb
— Fayda Belo⚖️📚 (@faydabelo) May 30, 2023
INQUÉRITO E DEPOIMENTOS
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) abrirá nesta quarta-feira, 31 de maio, um inquérito para apurar a conduta das duas influenciadoras, mãe e filha, que publicaram no TikTok vídeos nos quais elas aparecem entregando um macaco de pelúcia, uma banana e até dinheiro para crianças abordadas nas ruas. A informação foi divulgada pelo portal G1.
Em nota, a Polícia Civil informa que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou procedimento. “Os vídeos serão analisados e diligências estão em andamento para identificar todos os envolvidos e apurar os fatos”, diz o comunicado.
Foi a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, quem denunciou o caso. Ela afirma que os vídeos postados evidenciam “racismo recreativo”, atitude registrada quando alguém utiliza “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão.
O inquérito tem como objetivo apurar se Kerollen e Nancy praticaram crime de racismo ou injúria racial ou algum outro crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os vídeos em questão são de Kerollen, que publica vídeos juntamente com sua filha, Nancy. Ambas residem no Rio de Janeiro. A dupla possui mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no TikTok.
Em um dos vídeos, Kerollen conversa com um menino negro em uma calçada e questiona se ele gostaria de ganhar um presente ou R$ 10. O menino opta pelo presente, mas, ao perceber que se tratava de uma banana, responde “só isso?” ele demonstra não ter gostado e segue andando.
Em outro vídeo a influenciadora aborda uma menina na rua e faz uma proposta semelhante. Desta vez ela diz a criança para escolher entre R$ 5 ou uma caixa. A criança escolhe o “presente”, abre a caixa e encontra um macaco de pelúcia. Ingênua ela fica feliz, abraça o brinquedo e agradece.
Os vídeos citados foram retirados das redes sociais das influenciadoras e as duas não atendem qualquer contato da imprensa.