Em uma palestra na Universidade de Lisboa nesta sexta-feira (12/05), o ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará afirmou que a corrupção continua solta no governo, bancada pelo Orçamento secreto. Segundo ele, a Companhia do Vale do Rio São Francisco (Codevaf) permanece destinando recursos para obras superfaturadas no Amapá, sem que o atual governo não faça nada para coibir as irregularidades.
Para o ex-ministro, Lula nunca quis mudar, pois não tem compromisso com a mudança do Brasil. “Ele é o responsável pelo reacionarismo vigente, porque ganha com isso”, ressaltou. Ciro ainda atacou o modelo econômico adotado no Brasil desde a ditadura militar, que resultou em um país extremamente desigual. No entender dele, foi nesse fosso que separa ricos e pobres que Bolsonaro cresceu e chegou à Presidência da República. “O Bolsonaro foi produzido pela sociedade brasileira no voto. A circunstância socioeconômica produzida pela economia, agora não mais na mão da ditadura, mas na mão da esquerda”, assinalou.
Segundo o jornal Correio Braziliense, Apesar de todos os ataques, Ciro disse estar disposto a contribuir com o debate e com o seu partido no campo ideológico, mas descartou concorrer novamente à Presidência da República. “Eu dei ao povo brasileiro o meu viver. Vou morrer militando, vou achar outro caminho. Já estou agarrado em um livro. Eu vou ficar militando, mas candidato, neste momento, não gostaria de ser”, frisou. Ele afirmou que optou pelo silêncio depois das eleições e que quer se desintoxicar. “Não é razoável. A partir de um certo limite, tem de ter humildade. Eu não represento mais uma corrente de opinião. Sou um democrata visceral. Alguma coisa está errada comigo, não com o povo”, sentenciou.